Com dívidas de mais de R$ 1 bilhão, Brasil Pharma pede recuperação judicial

A Brasil Pharma, um dos maiores grupos de varejo farmacêutico do país, ajuizou pedido de recuperação judicial depois de não conseguir resolver seus problemas financeiros extrajudicialmente, informou o grupo em fato relevante nesta quarta-feira (10).

O pedido de recuperação foi apresentado na cidade de São Paulo e o valor da causa foi estabelecido em R$ 1,2 bilhão, segundo a Reuters. A empresa afirma no pedido ter 15 mil credores.

Fazem parte do grupo as empresas:

  • Drogarias Farmais S.A
  • Farmais Produtos S.A
  • Drogaria Amarilis S.A
  • Sant’ana S.A Drogaria Farmácias
  • Distribuidora Big Ben S.A
  • Rede Nordeste de Farmácias S.A
  • Nex Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S.A
  • Brasil Pharma Promotora de Vendas Ltda
  • Brasil Pharma Fidelidade Ltda

De acordo com o fato relevante do grupo, entre os motivos de sua crise econômica-finaceira estão “a crise que afetou o Brasil nos últimos anos”, “resultando, consequentemente, em um declínio no volume de vendas” e as “inúmeras regulamentações que impõem, por exemplo, o controle de preços sobre a maioria dos produtos comercializados”.

No ano passado, o grupo afirma ter feito uma nova captação de recursos no valor de R$ 511 milhões em janeiro e de R$ 400 milhões em abril. O credor é o banco BTG Pactual.

Atualmente, o grupo afirma possuir 288 lojas espalhadas por todo o país, 430 franquias e mais de 4.500 funcionários.

“Durante a recuperação judicial o grupo Brasil Pharma, a companhia, suas subsidiárias, controladas e demais empresas do grupo concentrarão seus máximos e melhores esforços para preservar suas atividades comerciais e operacionais e assim cumprir com seus compromissos e obrigações”, disse a empresa em fato relevante.

A empresa informou ainda que “até o presente momento” permanecem inalteradas as informações relacionadas à oferta pública voluntária de aquisição das ações da companhia que será realizada pela Stigma II LLC, para a saída da empresa do segmento de especial de listagem no Novo Mercado.

Prejuízo

A empresa registrou prejuízo de R$ 1,08 bilhão no terceiro trimestre de 2017, sete vezes superior ao mesmo período do ano passado. A redução nas vendas, com desabastecimento, e baixas de ativos intangíveis das bandeiras Santana e Big Ben, no valor de R$ 815 milhões, justificam as perdas no período, bem como o patrimônio líquido negativo de R$ 1,15 bilhão.