Antes de se decidir por uma franquia é importante entender em que estágio do desenvolvimento ela se encontra, pois isto influenciará o grau de liberdade que você, como franqueado, terá para gerir o negócio, assim como o grau de envolvimento e suporte que irá receber da empresa franqueada. Abaixo discutimos com maior detalhe os quatro estágios de desenvolvimento pelos quais as franquias podem passar.
Franquias de Primeira Geração
Também conhecidas como franquias de “marca e produto sem exclusividade”, trata-se de franquias em que a ênfase está na revenda ou prestação de um determinado produto/serviço.
Além de não contar com qualquer tipo de exclusividade, pois os produtos vendidos na unidade franqueada também podem ser encontrados em outros pontos de venda, inclusive lojas multi-marca que não pertençam à rede franqueada, o grau de troca de informações e know-how entre franqueado e empresa franqueadora é extremamente limitado.
Antes do advento da Lei das Fraquias, a maioria das franquias que se encontravam neste estágio de evolução não chegavam sequer a celebrar um acordo formal, de forma que o acordo entre as partes muitas vezes era apenas verbal. Com o advento da lei e a obrigatoriedade de se celebrar uma Circular de Oferta entre as Partes, isto mudou e os acordos são celebrados através de contratos.
Contudo, o que se verifica na prática é que a maioria das franquias que se encontra neste estágio de evolução, ou desenvolve para um estágio mais avançado ou acabam fracassando.
Franquias de Segunda Geração
Também conhecidas como franquias de “marca e produto com exclusividade”, se assemelham às franquias de primeira geração uma vez que a ênfase continua sendo a licença para uso da marca e revenda do produto ou prestação dos serviços.
Contudo, o grau de envolvimento entre fraqueado e empresa franqueadora aumenta, visto que há maior transferência de know-how, com o franqueado utilizando produtos, equipamentos e insumos oferecidos pela empresa franqueadora.
Além disto, ao contrário das franquias de primeira geração, existe uma relação de exclusividade com o franqueado e os produtos ou serviços objeto da franquia só podem ser encontrados nas lojas que fazem parte da rede franqueada e que trabalham sobre a marca do franqueador.
O que se constata em geral é que as redes de franquia que se encontram neste estágio de desenvolvimento acabem evoluindo para franquias de terceira geração como iremos discutir abaixo.
Franquias de Terceira Geração
Também conhecidas como sendo franquias de “formato de negócio”, as franquias que se encontram neste estágio se caracterizam por um relacionamento mais estreito entre franqueado e empresa franqueadora.
Neste tipo de franquia existe uma forte transferência de know-how entre as partes, que envolve todos os aspectos relacionados ao funcionamento da unidade franqueada, que vão desde sua instalação até a gestão do negócio.
Em geral, a empresa franqueadora desenvolve um modelo de negócio bastante claro que deve ser seguido à risca pelo franqueado. Todos os processos e etapas incluídos no modelo de negócio são desenvolvidos pela empresa franqueadora, além de já terem sido testados pela mesma, sendo apenas transferidos aos franqueados através de treinamento especial.
Além do treinamento inicial, os franqueados podem contar com manuais, consultorias de campo assim como maquinário e outras ferramentas necessárias para a condução do negócio. Desta forma, a empresa franqueadora garante a uniformidade dos serviços e a manutenção de um padrão mínimo de qualidade, eficiência e produtividade em todas as unidades de sua rede.
Apesar do franqueado ter uma participação mais passiva na gestão do negócio, pois deve seguir os modelos adotados pela empresa franqueadora, ele recebe mais apoio e suporte o que, em geral, favorece o sucesso do negócio. Vale dizer que este modelo é quase sempre o mais indicado para pessoas que não têm tanta experiência empresarial e preferem uma relação mais estruturada com a empresa franqueadora.
Franquias de Quarta Geração
Também conhecidas como sendo “Redes Inteligentes ou de Aprendizado Contínuo”, este é o estágio mais avançado que uma franquia pode alcançar. Apesar de também existirem modelos e regras a serem seguidas, neste estágio de desenvolvimento o franqueado tem mais liberdade de atuação no dia a dia.
A relação entre as partes deixa de ser uma de “comando e controle” como acontece no terceiro estágio de desenvolvimento e passa a ser uma de que a empresa franqueadora busca motivar e conscientizar a rede de forma que cada um identifique formas de melhorar o modelo padrão já existente. Em outras palavras, o franqueado tem mais liberdade para gerir o negócio, desde que os fundamentos e valores determinados pela empresa franqueadora sejam sempre preservados.
Desta maneira, o efetivo funcionamento da rede franqueada se baseia no estabelecimento de alguns objetivos claros que são compartilhados por todos os franqueados, e, sobretudo, em um bom relacionamento entre todos os participantes da rede, que passam a agir mais de forma conjunta do que individual. A comunicação entre os franqueados é bastante estimulada, pois contribui para a solidificação do espírito de equipe e na identificação de soluções para possíveis problemas identificados no dia a dia do negócio.
Fica evidente que neste estágio de desenvolvimento o franqueado deve demonstrar mais iniciativa empresarial do que nos demais estágios. Exatamente por isto o grau de exigência das empresas franqueadas sobre os possíveis candidatos é maior, o que se reflete no processo de recrutamento, seleção, treinamento, motivação e monitoramento dos franqueados.
Apesar de ainda existirem poucas franquias neste estágio de desenvolvimento, esta é a tendência natural da maioria das redes que se encontram em estágios anteriores de desenvolvimento. A maior agilidade e flexibilidade do processo decisório e de gestão do negócio estão em linha com as necessidades do mundo atual, onde para ter sucesso o empresário precisa reagir cada vez mais rápido às constantes mudanças que ocorrem no mercado.
Fonte: Infomoney