O líder da esquerda radical francesa, Jean-Luc Mélenchon, foi indicado nesta segunda-feira por ter acusado de fraude o banco Société Générale (SG), cujos dirigentes chamou de “mentirosos” por minimizar a relação da entidade com o escândalo de evasão fiscal conhecido como Panama Papers.
Não obstante, a alocação, decidida pelo Tribunal Correcional de Paris, se aplica de maneira automática em casos de difamação, pela qual não significa que o juiz tenha estimado que o político obrigatoriamente cometeu um delito.
Às portas do tribunal, Mélenchon reafirmou suas acusações perante os jornalistas.
“No fundo é ele (presidente do SG) que me difama. Me trata de difamador e eu não difamo ninguém. Eu digo a verdade. O processo seguirá adiante”, apontou aos meios o deputado pelo partido da França Insubmissa.
O SG, um dos principais bancos da França, denunciou o político por causa de algumas declarações realizadas por este em abril de 2016, quando soube que a entidade tinha aberto 979 empresas em paraísos fiscais com a ajuda do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca.
“O SG deve estar sob tutela (estatal), pois a lei permite. Seus dirigentes são mentirosos, enganaram os franceses, mentiu aos parlamentares e ao fisco. Têm que ser severamente castigado”, disse então Mélenchon.
O banco, no entanto, esclareceu nessa data que só uma dezena dessas sociedades estavam ainda em funcionamento e que todas elas eram “totalmente” transparentes.
O líder da França Insubmissa reconheceu hoje perante o juiz as acusações e esclareceu que não fará uso da sua imunidade como parlamentar para evitar um julgamento.
“O que o banco quer é atemorizar. E eu não me calarei, nem desta vez e nem nenhuma outra”, apontou.
Fonte: EFE