Com passivo declarado na ordem de R$ 46,4 milhões, o grupo Vidroforte, de Caxias do Sul, obteve deferimento ao seu pedido de recuperação judicial. A medida deliberada no âmbito do 1º Juizado da 5ª Vara Cível da Comarca de Caxias do Sul inclui as oito empresas do grupo, que atua no fornecimento de vidros para a indústria automotiva e construção civil. As operações estão localizadas em Caxias do Sul (RS), Três Cachoeiras (RS), São Paulo, Pará de Minas (MG), Cascavel (PR) e Goiânia (GO). O pedido de recuperação ingressou na Justiça em 26 de janeiro por meio dos administradores Eduardo e Herberto Heinen, irmãos e sócios da empresa.
No despacho, a juíza Zenaide Pozenato Menegat destaca razões apresentadas para o pedido da recuperação judicial. Os administradores relatam que nos últimos anos o grupo entrou em processo de crise e instabilidade econômico-financeira, tendo como principais causas a crise econômica nacional, determinante de crise setorial, em decorrência da elevação do custo financeiro, da redução das linhas de financiamento e elevação da estrutura de custos. A situação se refletiu em queda nas vendas, diminuição do fluxo de caixa e aumento do endividamento, especialmente junto a instituições financeiras.
A juíza determinou a suspensão, a partir do deferimento do pedido, de todas as ações e execuções que houver contra o grupo, pelo prazo máximo de 180 dias. A empresa deverá publicar edital, no órgão oficial, contendo o resumo do pedido inicial e da decisão judicial, a relação nominal dos credores, com discriminação do valor atualizado e a classificação de cada crédito e, ainda, a advertência aos credores (declarados ou não pelas devedoras) acerca do prazo de 15 dias, a contar da publicação do edital, para as habilitações. O plano de recuperação deverá ser apresentado em 60 dias, contados a partir da decisão judicial.
A Vidroforte é mais uma empresa que atua no segmento automotivo a unir-se a outras que já estão a mais tempo na condição de recuperandas. Dentre elas, estão o Grupo Voges e Siderúrgica Tomé (as duas de Caxias do Sul) e Fundição Farina, de Bento Gonçalves. A situação mais emblemática é da Guerra S.A., segunda maior fabricante de implementos rodoviários do País. Sem êxito nas várias tentativas de aprovação do plano de recuperação judicial, houve decretação da falência em novembro.
A informação que chegou a ser veiculada de que os Irmãos Amalcabúrio estariam em recuperação judicial não está correta. A empresa nunca passou por este tipo de processo.
Fonte: Jornal do Comércio